sábado, 16 de junho de 2012
O Património Geológico Português - Geoconservação e Geoturismo
Esta proposta tem como principal objetivo estabelecer normas para a proteção da riqueza paleontológica de Santa Maria, tendo em conta a sua importância para o desenvolvimento local e regional.
Ficamos todos a ganhar! :)
quarta-feira, 30 de maio de 2012
O Património Geológico Português. Geoconservação e Geoturismo.
sábado, 19 de maio de 2012
Ameaças à Geodiversidade e Estratégias de Conservação
- Exploração de recursos geológicos. Neste caso poderemos assistir à ocorrência de ameaças a dois níveis: paisagem e afloramentos. No caso de ilha de Santa Maria (Açores) assistimos durante muito tempo à exploração de inertes na Pedreira do Campo e no Poço da Pedreira, fazendo esta atividade parte integrante da história económica e cultural da ilha. Felizmente, foi criado nos Açores, através do Resolução do Conselho do Governo n.º 182/2009, de 26 de Novembro, o Plano das Atividades Extrativas, que apresenta como um dos principais objetivos a extinção da atividade em locais sensíveis do ponto de vista geológico, ambiental e paisagístico.
- Desenvolvimento de Obras e Estruturas. Ao darmos um passeio pelas Zonas costeiras das ilhas dos Açores, principalmente pelas Baías com maior afluência populacional, poderemos detetar vários casos de construção de habitações que provocam a degradação dos recursos geológicos, que para além de constituírem uma ameaça ao valor intrínseco da geodiversidade, colocam por vezes em risco a segurança das populações locais e visitantes.
- Gestão de Bacias Hidrográficas. Tal como Brilha (2005) refere várias bacias hidrográficas portuguesas foram alvo de construção de infra-estruturas de modo a reduzir o impacto de fenómenos naturais como as cheias. No entanto, a verdade é que estas infra-estruturas pouco contribuem para a redução dos fenómenos e muito contribuem para a degradação da geodiversidade.
- Florestação, Desflorestação e Agricultura. Se formos a atender às necessidades alimentares de uma população crescente, assistimos cada vez mais à prática de uma agricultura intensiva que recorre ao uso de produtos químicos, o que acarreta consequências irreversíveis como a contaminação das águas subterrâneas e contaminação e erosão dos solos. Felizmente nos últimos tempos já se tem adquirido uma maior consciência ambiental, tentando-se incentivar o regresso à agricultura biológica.
- Atividades Militares, que com as maquinarias pesadas e bombardeamentos podem trazer consequências equivalentes às mencionadas na agricultura intensiva.
- Atividades Recreativas e Turísticas. Mencionei no post anterior um bom exemplo que ocorria numa área denominada de “Deserto Vermelho dos Açores”, atualmente integrada no Parque Natural de Santa Maria e nos geossítios prioritários da ilha.
- Colheita de amostras geológicas para fins não científicos, como é o caso dos fósseis marinhos que eram levados para “recordação”, assim como as estalactites que eram “arrancadas” pelos visitantes da Gruta do Figueiral, sem qualquer fundamento científico.
- Iliteracia cultural. Sem dúvida a iliteracia cultural é transversal a todas as ameaças mencionadas. Se durante muito tempo poderíamos nos desresponsabilizar com base na ignorância, agora já existem diversos estudos na área das geociências que nos permitem adquirir uma melhor perceção da importância dos recursos geológicos.
- Inventariação
- Quantificação
- Classificação
- Conservação
- Valorização
- Divulgação
- Monitorização
Ribeira do Maloás
Sentir e Interpretar o Ambiente dos Açores (siaram.azores.gov.pt)
domingo, 6 de maio de 2012
Atividade 3 - Complexidade da Geodiversidade
sábado, 5 de maio de 2012
Atividade 3 - Geodiversidade – Conceito e Valores
- Associação Geoparque Açores. Geoparque Açores – nove ilhas, um geoparque. Disponível em http://azoresgeopark.com/. Acedido a 04 de maio de 2012.
- Canha, E. (2007). Património Natural da Ilha da Madeira. Estudo de um Local de Interesse Geológico – Cone de Piroclastos da N.ª. Sr.ª da Piedade. Dissertação do Mestrado em Ciência da Terra e da Vida. Departamento de Biologia. Universidade da Madeira.
- Moreira, J. (2010). Geoturismo: Uma Abordagem Histórico – Conceitual. Turismo e Paisagens Cársticas. Revista Científica da Secção de Espeleoturismo da Sociedade Brasileira de Espeleologia. Volume 3 –n.º1. Brasil. Disponível em http://www.sbe.com.br/tpc_v3_n1.asp. Acedido a 04 de maio de 2012.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Atividade 2 - Ameaças à Biodiversidade
O Relatório final de avaliação - “Millennium Ecosystem Assessment” indica um conjunto de promotores de mudança que afetam indiretamente a biodiversidade, através da sua influência nos promotores diretos de mudança da biodiversidade. Existe uma inter-relação, determinada por fatores de causa (promotores indiretos) e efeito (promotores diretos).
Os promotores indiretos apontados pelo “Millennium Ecosystem Assessment” relacionam-se com os seguintes fatores: demográfico, económico, sociopolítico, ciência e tecnologia e cultural e religioso. Realmente torna-se difícil uma gestão sustentável dos recursos naturais quando já atingimos uma população mundial de 7 mil milhões, principalmente se olharmos para a globalização numa perspetiva capitalista, em que o que conta são os lucros que os países desenvolvidos poderão retirar da exploração da biodiversidade.
Como já foi referido, os promotores indiretos de mudança na biodiversidade, levam a mudanças nos promotores diretos, tais como:
- Mudanças no uso e cobertura vegetal. Ex: a drenagem das zonas húmidas para obtenção de terrenos agrícolas leva a uma perda de biodiversidade, dado que as zonas húmidas são “ecossistemas muito dinâmicos e ricos na variedade de organismos que abrigam”. (Carapeto, 2010).
- Introdução e remoção de espécies. Ex: a introdução de espécies de flora invasora nos Açores como o incenso (Pittosporum undulatum) e a roca-da-velha (Hedychium gardneranum) provocaram desequilíbrios no habitat de espécies florísticas endémicas, características da Floresta Laurissilva, o que consequentemente alberga consequências para as espécies de fauna.
Imagem Pittosporum undulatum (incenso).Disponível no Portal da Biodiversidade dos Açores: http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/
- Sobreexploração. Ex: a sobrexploração da amêijoa-boa (Tapes decussatus), um molusco pertencente à classe Bivalvia, que nos Açores apenas existe na Lagoa da Caldeira de Santo Cristo, na ilha de São Jorge, leva a que seja necessário a implementação de políticas com vista à sustentabilidade desta espécie.
- Poluição. Ex: A eutrofização causada pelo excesso de nutrientes na água conduz à perda de biodiversidade, como é o caso da Lagoa das Sete-Cidades e das Furnas (ilha de São Miguel). “As Lagoas das Sete-Cidades e Furnas, situadas na Ilha de S. Miguel (Açores), têm vindo a sofrer um processo de eutrofização potenciado pela existência de exploração agro-pecuária intensiva no seio das respectivas bacias hidrográficas. A degradação da qualidade da água e as alterações no ecossistema aquático têm preocupado a população em geral e a administração pública regional em particular, que tem procurado acompanhar a evolução deste problema através da realização de campanhas periódicas de monitorização” (Santos, M. et al, 2004).
- Alterações climáticas (causas antropogénicas). As mudanças climáticas podem levar à alteração dos ecossistemas terrestres e marinhos, reduzindo a sua produtividade, podendo levar mesmo à extinção de espécies faunísticas e florísticas que não se consigam adaptar rapidamente. Em 2007 o Painel Intergovernamental sobre alterações climáticas referiu que “o aumento global das temperaturas normais, observado a partir da segunda metade do século XX, deve-se sobretudo ao crescimento observado de emissões de gases de origem antropogénica com efeito de estufa”. É urgente refletirmos se estamos a honrar o compromisso que tomamos no Protocolo de Quioto.
As ameaças apresentadas remetem-nos para a questão apresentada por Myers: “How long do we have?”. Cada vez mais existem áreas protegidas e diversos enquadramentos legislativos a nível internacional, regional e local. Mas será que ainda temos tempo para evitar a destruição de habitats e a extinção de espécies?Necessitamos de ter sempre em mente que o Homem faz parte do ecossistema, logo a perda de biodiversidade afeta a nossa qualidade de vida, assim como poderá colocar em risco a sobrevivência humana.
Bibliografia:
quarta-feira, 28 de março de 2012
Atividade 1 - O Valor da Biodiversidade
É altura de repensar a relação entre o homem e a natureza, no sentido do homem assumir uma visão holística, em que atua como parte dos ecossistemas, atribuindo-lhes valor intrínseco e respeitando o seu ciclo natural.
Para a correta delineação de políticas sustentáveis que visem a conservação da biodiversidade é necessário equilibrar os três pilares base do desenvolvimento sustentável: pilar económico, social e ambiental.
De acordo com Pearce & Moran (1994), “Something is wrong with the way actual economic decisions are made – for some reason they fail to “capture” the economic values that can be identified”.
Sendo assim, é necessário repensar a biodiversidade em termos económicos, o que tal como o conceito de biodiversidade poderá adquirir uma visão ampla e diversificada, o que dificulta a atribuição de valores económicos. Apenas com a quantificação de valores económicos atribuídos à biodiversidade é que se consegue desenvolver políticas eficazes para a proteção de recursos naturais.
O documento elaborado por Christie et al (2006) demonstra que se têm desenvolvido estudos, adotando diversos métodos para que sejam construídas visões reais do valor económico da biodiversidade que sirvam de base ao desenvolvimento sustentável. Estes estudos dividem-se em dois objetos para atribuição de valores à biodiversidade: Recursos Biológicos (Ex: uma determinada espécie e um determinado habitat) e a Diversidade biológica destes recursos que poderão assentar no valor de keystones. Para a atribuição de um correto valor é necessário ter em conta medidas antropocêntricas e ecológicas, de forma a se construir uma visão mais geral que corresponsabilize os “utilizadores” da biodiversidade.
Em termos práticos podemos pensar no exemplo da prática de “WhaleWatching” nos Açores. Os Mares dos Açores constituem um verdadeiro ponto de atração para observação de cetáceos, acolhendo cerca de um terço das 81 espécies existentes no mundo. Durante longos anos a baleação foi um dos grandes pilares da economia açoriana. Entretanto, este quadro foi alterado pela criação de políticas que protegem os cetáceos e proíbem o desenvolvimento de práticas de baleação.
Contudo, conseguiu-se aliar a conservação de recursos biológicos ao seu valor económico, devido ao desenvolvimento de empresas turísticas de observação de cetáceos, que todos os anos incentivam inúmeros turistas a visitar o Arquipélago.
Como conclusão, podemos depreender que o desenvolvimento de estudos para a atribuição de valores económicos à biodiversidade é crucial para a implementação de políticas sustentáveis que visem a sua conservação.
Bibliografia:
Governo Regional dos Açores. Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. Açores: Uma casa para os cetáceos.
Disponível em:
http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram/publicacoes/A%C3%A7ores+-+Uma+casa+para+os+cet%C3%A1ceos.htm?lang=pt&area=ct. Acedido a 28 de março de 2012.
M. Christie et al. (2006). Valuing the diversity of biodiversity. Ecological Economics 58 304-317.
Pearce, D. & Moran, D. (1994). The Economic Value of Biodiversity. Association With the Biodiversity Programme of IUCN –The World Conservation Union. Earthscan Publication Limited. Disponível em: http://www.google.pt/books?hl=pt-PT&lr=&id=RdH6DRZY0KIC&oi=fnd&pg=PR9&dq=pearce+and+moran&ots=7gdjimKPUW&sig=bxvBVd0Uayslj-_UHEuOoPS-7xE&redir_esc=y#v=onepage&q=pearce%20and%20moran&f=false. Acedido a 28 de Março de 2012.
Acedido a 28 de Março de 2012.
Atividade 1 - Conceitos de Biodiversidade
Atualmente e cada vez com mais frequência o termo “biodiversidade” surge em diversos documentários, jornais e revistas científicas. Particularizando ao Arquipélago dos Açores, é comum encontrar-se referido em várias obras de cariz científico que as ilhas apresentam uma rica biodiversidade e que esta deverá ser preservada.
Mas afinal, o que é a biodiversidade?
De acordo com o Projeto Biodoversidade Rs, a expressão Biodiversidade surge pela primeira vez em 1986 no 1.º Fórum Americano sobre Diversidade Biológica. Este novo termo utilizado por E. O. Wilson, substitui a expressão diversidade biológica, de forma a facilitar a sua aplicação em termos comunicacionais.
Se considerarmos a expressão Biodiversidade, com base na sua terminologia, esta apresenta-se de modo bastante simples, podendo ser definida como a variedade de vida existente no Planeta Terra.
Segundo Araújo (1998) as diferentes perceções do conceito biodiversidade, podem estar divididas em três grandes posições, consoante as interpretações de determinados grupos sociais ou profissionais.
- Biodiversidade para os Ecólogos da Comunidade: associação de dois conceitos opostos para medir o número de espécies que um ecossistema possui – riqueza (espécies raras e equitabilidade (espécies comuns). Nesta ótica, o enfâse atribuído a um dos dois conceitos, depende do investigador que poderá privilegiar a equitabilidade para o funcionamento dos ecossistemas ou o valor de “Key-stones”, atribuindo uma maior importância de conceito de riqueza;
- Biodiversidade para os Taxonomistas: a quantificação da biodiversidade é feita através de critérios de classificação, que permitem medir números e diferenças entre atributos taxonómicos;
- Biodiversidade para os Conservacionistas: valorização do raro, belo e pouco habitual. Um dos grandes nomes desta posição é sem dúvida Aldo Leopold, que defende uma visão estreita entre os valores estéticos a natureza.
A verdade é que em qualquer que seja a definição é inseparável a visão de biodiversidade e ecossistema. A biodiversidade é essencial para o funcionamento dos ecossistemas e para o seu equilíbrio - “Biodiversity is the Foundation of ecosystems services to which human well-being is intimately linked”. (Millennium Ecosystem Assessment).
Para percebermos melhor, as dimensões de diversidade intrínsecas ao conceito de biodiversidade, podemos assistir a este vídeo:
Lovejoy (1996) defende que o conceito de biodiversidade deve ser entendido como um conceito evolutivo ao longo dos tempos e explicita de forma bem clara a inter-relação entre o homem e a biodiversidade, especificando casos de perda de biodiversidade devido a ações antropogénicas.
“An excelente way to understand factors affecting biodiversity is by looking at islands” (Lovejoy,1996). Como sou residente numa ilha esta afirmação é bastante percetível, por exemplo no “hotspot” da ilha, observa-se que a introdução de flora invasora afetou os endemismos faunísticos e florísticos da área.
Apesar do conceito “Biodiversidade” assumir diferentes perceções, podemos concluir que a importância da biodiversidade é inegável. Contudo, para que se possam desenvolver políticas sustentáveis que visem a conservação da biodiversidade é essencial que se desenvolva “(…)uma clarificação de conceitos (…) necessários, para a construção de processos de avaliação da biodiversidade que, no mínimo, sejam explícitos e defensáveis”(Araújo, 1998).
Bibliografia:
Projeto Biodiversidade Rs.
Disponívelem:http://www.biodiversidade.rs.gov.br/portal/index.php?acao=secoes_portal&id=11&submenu=8. Acedido a 26 de Março de 2012.
Araújo, M. (1998). Avaliação da biodiversidade em conservação. Silva Lusitana 6(1). Disponível em: http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/course/view.php?id=66651.
International Association for Impact Assessment. A Biodiversidade na Avaliação de Impactos. IAIA. Edição nº 3. Julho 2005. Disponível em: http://www.iaia.org/publicdocuments/special-publications/SP3_pt.pdf. Acedido a 26 de Março de 2012.
Millennium Ecosystem Assessment (2005). Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC. Disponível em: http://www.maweb.org/documents/document.354.aspx.pdf.
Lovejoy, T.E. (1996). Biodiversity: what is it. Biodiversity chapter II. Disponível em:
http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/course/view.php?id=66651.
Vaz, S. & Delfino, A. (2010). Livro de Ética e Cidadania Ambiental. Universidade Aberta.
Vídeo "Biodiversity - from The Wild Classroom". Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=N5boLwt6oZY. Acedido a 26 de Março de 2012.
domingo, 18 de março de 2012
O Deserto Vermelho dos Açores
Vídeo disponível no Portal Sentir e Interpretar o Ambiente dos Açores (SIARAM) - siaram.azores.gov.pt
sábado, 17 de março de 2012
Bem vindos!
No âmbito da UC Biodiversidade, Geodiversidade e Conservação, integrada no Mestrado em Cidadania Ambiental e Participação foi lançada a proposta de criação de um blog, como plataforma para a reflexão e interação entre colegas e professores.
Foi com muito agrado que aceitei este desafio!
Como açoriana, não poderia deixar de referenciar a importância desta disciplina para aprofundar os meus conhecimentos e tentar integrá-los nas belezas paisagísticas que constituem o Arquipélago dos Açores, composto por 9 ilhas, todas elas de origem vulcânica.
Aproveito para vos convidar a visitar a ilha de Santa Maria. Uma ilha pequena e calma, a mais antiga do Arquipélago, onde poderão disfrutar de praias de areia clara, únicas nos Açores, ou se preferirem poderão optar por um percurso pedestre e contemplar uma diversidade de paisagens e espécies, algumas delas endémicas da região.
Aguardo com elevadas expectativas o desenvolvimento dos conteúdos desta UC!
Até breve!