quarta-feira, 28 de março de 2012

Atividade 1 - Conceitos de Biodiversidade


Atualmente e cada vez com mais frequência o termo “biodiversidade” surge em diversos documentários, jornais e revistas científicas. Particularizando ao Arquipélago dos Açores, é comum encontrar-se referido em várias obras de cariz científico que as ilhas apresentam uma rica biodiversidade e que esta deverá ser preservada.

Mas afinal, o que é a biodiversidade?

De acordo com o Projeto Biodoversidade Rs, a expressão Biodiversidade surge pela primeira vez em 1986 no 1.º Fórum Americano sobre Diversidade Biológica. Este novo termo utilizado por E. O. Wilson, substitui a expressão diversidade biológica, de forma a facilitar a sua aplicação em termos comunicacionais.

Se considerarmos a expressão Biodiversidade, com base na sua terminologia, esta apresenta-se de modo bastante simples, podendo ser definida como a variedade de vida existente no Planeta Terra.
Bio (vida) + diversidade
No entanto, se analisarmos de forma mais profunda constatamos que o termo tem uma perspetiva mais ampla do que a simples diversidade de espécies.

Segundo Araújo (1998) as diferentes perceções do conceito biodiversidade, podem estar divididas em três grandes posições, consoante as interpretações de determinados grupos sociais ou profissionais.

- Biodiversidade para os Ecólogos da Comunidade: associação de dois conceitos opostos para medir o número de espécies que um ecossistema possui – riqueza (espécies raras e equitabilidade (espécies comuns). Nesta ótica, o enfâse atribuído a um dos dois conceitos, depende do investigador que poderá privilegiar a equitabilidade para o funcionamento dos ecossistemas ou o valor de “Key-stones”, atribuindo uma maior importância de conceito de riqueza;

- Biodiversidade para os Taxonomistas: a quantificação da biodiversidade é feita através de critérios de classificação, que permitem medir números e diferenças entre atributos taxonómicos;

- Biodiversidade para os Conservacionistas: valorização do raro, belo e pouco habitual. Um dos grandes nomes desta posição é sem dúvida Aldo Leopold, que defende uma visão estreita entre os valores estéticos a natureza.

A verdade é que em qualquer que seja a definição é inseparável a visão de biodiversidade e ecossistema. A biodiversidade é essencial para o funcionamento dos ecossistemas e para o seu equilíbrio - “Biodiversity is the Foundation of ecosystems services to which human well-being is intimately linked”. (Millennium Ecosystem Assessment).
Da Conferência da Organização das Nações Unidas, realizada no Rio de Janeiro em 1992, resultou a Convenção da Biodiversidade que define o termo como “a variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluindo, inter alia, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte; compreende a diversidade dentro de cada espécie, entre as espécies e dos ecossistemas.”

Para percebermos melhor, as dimensões de diversidade intrínsecas ao conceito de biodiversidade, podemos assistir a este vídeo:




Lovejoy (1996) defende que o conceito de biodiversidade deve ser entendido como um conceito evolutivo ao longo dos tempos e explicita de forma bem clara a inter-relação entre o homem e a biodiversidade, especificando casos de perda de biodiversidade devido a ações antropogénicas.

An excelente way to understand factors affecting biodiversity is by looking at islands” (Lovejoy,1996). Como sou residente numa ilha esta afirmação é bastante percetível, por exemplo no “hotspot” da ilha, observa-se que a introdução de flora invasora afetou os endemismos faunísticos e florísticos da área.

Apesar do conceito “Biodiversidade” assumir diferentes perceções, podemos concluir que a importância da biodiversidade é inegável. Contudo, para que se possam desenvolver políticas sustentáveis que visem a conservação da biodiversidade é essencial que se desenvolva “(…)uma clarificação de conceitos (…) necessários, para a construção de processos de avaliação da biodiversidade que, no mínimo, sejam explícitos e defensáveis”(Araújo, 1998).

Bibliografia:

Projeto Biodiversidade Rs.

Disponívelem:http://www.biodiversidade.rs.gov.br/portal/index.php?acao=secoes_portal&id=11&submenu=8. Acedido a 26 de Março de 2012.

Araújo, M. (1998). Avaliação da biodiversidade em conservação. Silva Lusitana 6(1). Disponível em: http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/course/view.php?id=66651.

International Association for Impact Assessment. A Biodiversidade na Avaliação de Impactos. IAIA. Edição nº 3. Julho 2005. Disponível em: http://www.iaia.org/publicdocuments/special-publications/SP3_pt.pdf. Acedido a 26 de Março de 2012.


Millennium Ecosystem Assessment (2005). Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC. Disponível em: http://www.maweb.org/documents/document.354.aspx.pdf.

Lovejoy, T.E. (1996). Biodiversity: what is it. Biodiversity chapter II. Disponível em:
http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/course/view.php?id=66651.

Vaz, S. & Delfino, A. (2010). Livro de Ética e Cidadania Ambiental. Universidade Aberta.

Vídeo "Biodiversity - from The Wild Classroom". Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=N5boLwt6oZY. Acedido a 26 de Março de 2012.

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